Caro(a) aluno(a), até aqui, nossos estudos nos levaram à compreensão do objetivo da linguagem e à relação da linguagem e da comunicação. Nesta unidade, complementaremos os estudos anteriores abordando os propósitos que a linguagem adquire no ambiente organizacional, tema que ajudará você a desenvolver melhor e com mais eficiência a comunicação no meio profissional.
Para essa abordagem, estudaremos o que é ambiente organizacional, quais as características das comunicações oral e escrita e o que é necessário para a construção de um texto coeso e coerente nesse ambiente, o que nos leva à abordagem de aspectos textuais e gramaticais.
Por ser tratar de comunicação em ambiente organizacional, veremos, ainda, os tipos de comunicação dirigida, que podem ser textos impressos, comunicação oral, comunicação eletrônica e comunicação específica. Vamos lá?
Querido(a) aluno(a), antes de adentrarmos em nosso objetivo de explicar as habilidades para construção do texto no ambiente organizacional, importante se faz que compreendamos como é esse ambiente. Latorre (2015, p. 21) aponta que
a organização pode ser entendida como unidades planejadas intencionalmente construídas e reconstruídas a fim de atingir objetivos específicos em um conjunto de atividades e forças coordenadas conscientemente por duas ou mais pessoas.
Corroborando essa ideia, Nascimento et al. (2016, on-line) afirmam que a “organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade objetivos coletivos, independente do que ela faz ou de seu tamanho”. Para Maximiniano (2012, p. 4), “as organizações são grupos sociais deliberadamente orientados para a realização de objetivos”.
Assim, podemos inferir que um ambiente organizacional é um lugar em que pessoas desenvolvem atividades para atingirem determinado objetivo. Para tanto, a comunicação é indispensável para estabelecer a unidade de entendimento entre os indivíduos que visam à mesma finalidade.
Embasado em Chiavenato (2003), o site Portal Educação traz a notícia “O ambiente organizacional”, publicada em 2013. Bastante relevante para a compreensão desse ambiente, o texto explora como interferem no ambiente organizacional as mudanças nos aspectos políticos, sociais e econômicos. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/o-ambiente-organizacional/35101>.
No ambiente organizacional, é realizada, dentre outras, a comunicação dirigida, esta, no entanto, necessita ser bem elaborada para que se tenha êxito naquilo que busca transmitir, para isso, são necessárias habilidades de construção de texto. Esse texto pode se manifestar, especialmente, de forma oral e escrita.
A comunicação oral é constantemente praticada, refere-se ao uso da fala para transmitir uma informação. No ambiente organizacional, a depender do contexto em que essa comunicação é manifestada, alguns cuidados precisam ser tomados. A manifestação falada da linguagem é imediata, por isso, há um envolvimento maior entre emissor e receptor. Este precisa estar atento ao diálogo, para que compreenda corretamente a informação e possa passá-la adiante, em caso de necessidade. Aquele deve ter uma postura condizente com o exigido nesse ambiente: deve apresentar uma linguagem em tom acessível a todos os presentes, não fazer rodeios para chegar à informação principal, ser polido na manifestação da linguagem corporal (que acompanha a fala) e saber adaptar o seu discurso aos diferentes contextos da organização (sabendo usar construções linguísticas formais e menos formais, conforme o gênero discursivo determina).
Dessa forma, observamos que a comunicação oral tem como característica principal a rapidez, com a transmissão e o retorno rápidos da mensagem (ROBBINS, 2005), o que nem sempre é marcante na escrita. Muito se fala, hoje em dia, que a escrita está intrinsecamente ligada à leitura. Soares (1999, p. 68) apresenta outra concepção:
frequentemente tomam a leitura e a escrita como uma mesma e única habilidade, desconsiderando as peculiaridades de cada uma e as dessemelhanças entre elas (uma pessoa pode ser capaz de ler, mas não ser capaz de escrever; ou alguém pode ler fluentemente, mas escrever muito mal).
Ou seja, embora tenham uma relação entre si, o fato de uma pessoa ser considerada uma boa leitora não garante a ela uma boa escrita, mesmo que esse seja um dos passos para a sua melhoria, não é fator único e decisivo. Soares (2003, p. 1-2) completa:
o que poderíamos chamar de acesso ao mundo da escrita – num sentido amplo – é o processo de um indivíduo entrar nesse mundo, e isso se faz basicamente por duas vias: uma, através do aprendizado de uma “técnica”. Chamo a escrita de técnica, pois aprender a ler e a escrever envolve relacionar sons com letras, fonemas com grafemas, para codificar ou para decodificar. Envolve, também, aprender a segurar um lápis, aprender que se escreve de cima para baixo e da esquerda para a direita; enfim, envolve uma série de aspectos que chamo de técnicos. A outra via, ou porta de entrada, consiste em desenvolver as práticas de uso dessa técnica. Não adianta aprender uma técnica e não saber usá-la.
Para Garcez (2001, p. 61), antes da escrita, devemos esclarecer as seguintes dúvidas:
● Quais os objetivos do texto que vou produzir?
● Que informações quero transmitir?
● Qual o gênero de texto mais adequado aos meus objetivos?
● Que estruturas de linguagem devo usar?
As questões levantadas por Garcez (2001) são relevantes para a eficácia daquilo que se escreve, haja vista que, se esses pontos estiverem bem definidos, as chances de alcançarem o objetivo de se fazerem compreender pelo interlocutor são maiores. Antes de elaborarmos um texto, devemos ter em mente nossa intenção ao escrevê-lo e aquilo que desejamos transmitir, depois, é definido o meio em que o texto será vinculado, isso ajudará, inclusive, na definição da linguagem que adotaremos.
Após respondermos às questões levantadas, devemos entrelaçar as ideias para que elas possam, assim, compor, de forma harmônica, o texto.
Ao escrever, nossa preocupação inicial é captar as idéias e ordená-las com uma determinada hierarquia, de modo que as principais idéias sejam enfatizadas. Qual a nossa idéia central? Como pretendemos defendê-la? Que exemplos são mais interessantes? Quem devemos citar? Que palavras escolher? Como devemos nos dirigir ao leitor? Em que medida devemos explicar todas as idéias? Ou deixá-las implícitas? (GARCEZ, 2001, p. 111).
Novamente, a autora nos bombardeia com questões que precisam ser definidas para a elaboração de um bom texto. Podemos, então, caro(a) aluno(a), perceber que não basta, apenas, sabermos o que queremos transmitir ao escrevermos, por qual meio e com qual linguagem, precisamos, ainda, ordenar nossas ideias.
A organização das ideias e como elas se relacionam entre si se dão por meio da coesão textual, uma vez que esse recurso, já abordado anteriormente, faz a articulação que é precisa para estabelecer a coerência do texto. Segundo Garcez (2001, p. 122), “na elaboração de um texto, criam-se laços de citações entre seus próprios elementos constituintes, de maneira que se forme um tecido harmonioso, uma rede bem urdida de relações gramaticais e de significado”. As ideias estarão, portanto, organizadas e transmitindo a mensagem almejada.
Para que se pratique esse entrelaçamento de ideias, é importante que o autor do texto releia o texto que já elaborou para verificar quais as técnicas de coesão já foram adotadas anteriormente. Além disso, em uma nova leitura, o olhar no texto muda e novas considerações podem ser realizadas para seu melhoramento (GARCEZ, 2001).
A partir de uma releitura, é possível considerar alguns pontos importantes, considerando a visão que o leitor poderá ter desse texto. Vejamos o Quadro 3.1, em que é apresentada, para aquele que escreve, uma leitura distanciada, como se ele não tivesse elaborado o texto e fosse somente um leitor. Assim, ele deve fazer avaliações quanto:
Quadro 3.1 – Leitura distanciada do texto
Fonte: Garzes (2001, p. 125-126).
Vimos, então, que as habilidades de escrita consistem em:
DEFINIR O OBJETIVO DO TEXTO E O MEIO DE CIRCULAÇÃO
ENTRELAÇAR AS IDEIAS
RELER O TEXTO
Esses três pontos são relevantes para conseguirmos adquirir as habilidades necessárias para melhorar nossa escrita, contudo outros dois aspectos são relevantes para dar mais qualidade ao que escrevemos. São os aspectos textuais e os aspectos gramaticais.
O site Dicas de Escrita apresenta quatro práticas para quem deseja desenvolver habilidades de escrita. Segundo a autora do site, elas são: leitura, escrita, estudo e obter feedback. Se você também pretende adotar essas práticas e melhorar seu texto, leia o texto disponível em: <http://www.dicasdeescrita.com.br/ficcao/como-desenvolver-habilidades-de-escrita-quatro-praticas-essenciais/>.
No que tange aos aspectos textuais, importante se faz que observemos a sintaxe de construção de frases e períodos, a coesão e a coerência, o vocabulário, o parágrafo (este nem sempre presente em todos os textos elaborados em ambientes organizacionais) e o tipo de texto.
Quadro 3.2 – Os aspectos textuais
Fonte: adaptada de Garcez (2001, p. 142).
Vimos, por meio do Quadro 3.2, que a análise mais detalhada - feita a partir dos aspectos textuais - é relevante para que o texto atenda ao seu objetivo com maior precisão.
Para, gramaticalmente, melhorarmos nosso texto, é relevante observarmos a ortografia, a acentuação, a pontuação, a concordância, a regência.
A ortografia é a parte da gramática que estabelece os padrões de escrita das palavras por meio do alfabeto, o qual, na Língua Portuguesa, é composto por:
a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z
A ortografia de uma língua é definida por uma convenção. A melhor maneira de dominar a ortografia das palavras é mediante estudo e práticas de leitura e escrita. É o caso, por exemplo, de palavras como:
exceção
intrínseco
dislexia
perspicácia
tênue
ignóbil
Nesses exemplos, podemos notar que, mais do que entender a regra para a formação de tais palavras, podemos aprender a escrevê-las corretamente por percebê-las inúmeras vezes em leituras.
A acentuação é definida por Bechara (2009, p. 67) como
o modo de proferir um som ou grupo de sons com mais relevo do que outros. Este relevo se denomina acento. Diz-se que o acento é de intensidade (acento de força, acento dinâmico, acento expiratório ou icto), quando o relevo consiste no maior esforço expiratório. Diz-se que o acento é musical (acento de altura ou tom), quando o relevo consiste na elevação ou maior altura da voz.
No exemplo, podemos perceber que as palavras “doidos” e “doídos” se diferem não apenas por seu acento, mas por seu significado que, em nada, é semelhante. Vemos, assim, a importância da acentuação das palavras para sua significação correta.
O texto é construído não apenas de palavras, frases e orações. Essas são organizadas no texto com “princípios de dependência e interdependência sintática e semântica recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam esses princípios” (BECHARA, 2009, p. 515). Quem garante essa sonoridade ao texto é a pontuação que, se mal empregada, “produz efeitos tão desastrosos à comunicação quanto o desconhecimento dessa solidariedade a que nos referimos” (BECHARA, 2009, p. 515).
Na frase do exemplo observamos nitidamente o poder de uma pontuação bem empregada. Certamente, os homens, ao lerem a frase, inseriram a vírgula após o verbo “tem”. Já as mulheres, provavelmente, fizeram uso da vírgula após “mulher”. Cada uma das inserções dá diferente significado à frase, mudando, por completo, seu sentido.
Outro relevante aspecto gramatical é a concordância. Ela pode ser nominal ou gramatical.
Diz-se concordância nominal a que se verifica em gênero e número entre o adjetivo e o pronome (adjetivo), o artigo, o numeral ou o particípio (palavras determinantes) e o substantivo ou pronome (palavras determinadas) a que se referem. Diz-se concordância verbal a que se verifica em número e pessoa entre o sujeito (e às vezes o predicativo) e o verbo da oração (BECHARA, 2009, p. 441).
Na frase, observamos que artigo, verbo e adjetivo concordam com o sujeito: feminino e plural. Essa concordância estabelece a coerência da frase.
Temos, ainda, como parte importante a ser vista na gramática a regência que, assim como a concordância, pode ser nominal e verbal. A regência nominal é aquela estabelecida entre o substantivo e os termos regidos por esse nome. A regência verbal é a relação que se estabelece entre o verbo e os elementos que o complementam.
Alguns verbos não exigem o complemento em suas frases, para outros, no entanto, isso é essencial para seu entendimento.
Essa é, somente, uma pincelada nos aspectos gramaticais. Vale ressaltar que, dificilmente, esgotaríamos esse conteúdo, por isso, a necessidade de que você, caro(a) aluno(a), busque mais conhecimento na área para garantir um estudo mais aprofundado sobre o tema.
O escrever não tem fim (Fedro).
Como vimos, é necessário que, no ambiente organizacional, haja uma comunicação clara e objetiva. É importante que as empresas, então, se adaptem ao cenário em que estão inseridas, o que inclui considerar os diferentes públicos e os variados meios pelos quais as informações circulam. Nesse contexto, a comunicação de massa vai perdendo espaço e ganha notoriedade um tipo específico de comunicação, a dirigida. Tendo em vista que, atualmente, diversificados segmentos compõem o mercado, as empresas precisaram direcionar a comunicação para públicos específicos, assim, surgiu “uma veiculação mais especializada e direta, com uma explosão de mídias segmentadas e interativas, e, que favorecem um contato mais próximo com o cliente” (LAS CASAS; GARCIA, 2007, p. 282). Dessa forma, a comunicação dirigida tem o intuito de elaborar mensagens eficientes e personalizadas, que sejam capazes de conquistar o público-alvo específico.
Para que essa comunicação se efetive, as organizações fazem uso de textos. Cada texto, a depender de quem produz e de para quem é direcionado, apresentará: um estilo específico, com escolhas precisas dos recursos lexicais e fraseológicos; um tema, que orienta o que pode, deve ou vai ser abordado; uma estrutura composicional própria, que diz respeito a um molde por meio do qual o indivíduo adapta seu dizer. Em síntese, as informações são elaboradas mediante gêneros discursivos distintos e singulares. De acordo com Bakhtin (1992, p. 262, grifos do autor), “cada enunciado particular é individual, mas cada campo de utilização da linguagem elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso”. Ou seja, toda comunicação humana, oral ou escrita, realiza-se a partir de tipos textos, que têm tema e estilo mais variáveis e estrutura composicional menos flexível, caracterizando o gênero no qual se enuncia.
Assim, a elaboração de textos no ambiente organizacional, com foco na comunicação dirigida, também se realiza por gêneros, apresentando modelos de textos que pretendem atingir um público exclusivo. A seguir, veremos alguns tipos de textos que circulam nesse ambiente.
No ambiente organizacional, uma forma de comunicação que tem ganhado destaque é a dirigida. Um dos responsáveis pela divulgação dessas mensagens é o profissional de Relações Públicas. Para compreender, brevemente, o funcionamento dessa profissão, assista ao vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=BkQClYyrimA>. Acesso em: 12 nov. 2017.
“Impresso”, dentre outras definições, significa “que se imprimiu”, “papel impresso para uso em correspondência, serviços administrativos etc.” (FERREIRA, 2010, p. 413). Textos impressos são, portanto, materiais físicos que circulam socialmente e pretendem estabelecer a comunicação. No ambiente organizacional, com o propósito de estabelecer uma comunicação dirigida, alguns textos impressos que se destacam são: carta, ofício, ata e memorando. Vamos entender um pouco mais as características de cada um deles?
A carta caracteriza-se por ser uma forma de comunicação escrita direcionada ao público externo. O envio dela tem o objetivo de fazer uma solicitação, uma reclamação, um convite, um agradecimento ou, ainda, a transmissão de informações. Toda carta apresenta uma construção composicional semelhante, com a presença de:
A linguagem utilizada pode ser formal ou menos formal a depender da situação comunicativa e do intuito da carta. O estilo de escrita deve se adaptar ao assunto e ao destinatário. A seguir, um exemplo de carta com comunicação dirigida.
Pelo exemplo, observamos que essa carta foi emitida de uma empresa (Odontologia Macário) para um de seus clientes (o paciente João da Silva), com o propósito de informar os valores recebidos, agradecer pela parceria e firmar laços futuros. Caracteriza-se uma comunicação dirigida pelo fato de a empresa direcionar uma carta personalizada (com dados exclusivos) e única a um de seus clientes.
Abordar assuntos institucionais é o objetivo do ofício. Desse modo, ele é uma forma de correspondência por meio da qual se trocam informações de caráter técnico ou administrativo (APOSTILA..., on-line). A estrutura composicional desse gênero é formada por:
Apresentamos, a seguir, um exemplo de comunicação dirigida por meio de ofício.
A figura anterior apresenta como é a construção de um ofício, exemplificando a estrutura do documento e o modo como o assunto institucional (pleitear a construção de pavilhões) deve ser abordado (com linguagem formal, técnica e cortês, que marca a relação profissional entre remetente e destinatário).
A ata é um relatório que descreve as decisões, os acordos e os fatos ocorridos em uma reunião. Ela registra, portanto, um resumo fiel dos principais acontecimentos de uma reunião. Em relação à estrutura composicional, a ata deve aparecer em texto único, sem divisão de parágrafos. Por se tratar de um documento oficial, não pode apresentar rasuras. Nesse caso, quando manuscrita, se houver erro, deve-se utilizar o termo “digo” e, em seguida, a grafia correta; caso seja digitada e notem-se erros após a impressão, deve-se redigi-la novamente e submetê-la à nova aprovação. Os termos obrigatórios da ata são:
A Figura 3.3 apresenta um exemplo de como deve ser redigida uma ata no ambiente organizacional. Ressalta-se que ela é um modelo, por isso, há espaços em branco, para serem preenchidos em um contexto real de registro. Observamos que o intuito do documento é descrever, em detalhes, o que ocorreu durante a reunião, para que se firme um registro oficial das decisões e das discussões ali abordadas.
Caracteriza-se por ser uma comunicação estritamente interna, entre setores iguais ou hierarquicamente distribuídos. O propósito pode ser uma comunicação administrativa ou a divulgação de decisões, projetos etc. Deve ter como base a agilidade, simplificando os processos burocráticos. A estrutura composicional é semelhante a do ofício:
Observamos, nesse exemplo, que o reitor envia uma mensagem ao diretor para informar ausência na cerimônia de colação de grau. Redige-se, então, uma comunicação dirigida que circulará internamente, para agilizar a divulgação da informação.
Apresentamos, aqui, uma síntese da estrutura e dos objetivos dos principais textos impressos para comunicação dirigida. Na sequência, descreveremos as características de textos orais, exemplificando algumas de suas ocorrências.
A comunicação dirigida oral é um importante meio de comunicação, uma vez que traz a proximidade necessária para que determinadas informações sejam passadas. Vale lembrar, todavia, que o emprego desse meio de comunicação não anula as demais formas, tão somente simplifica o contato, principalmente, na esfera empresarial.
Cesca (1997) trata de exemplos relevantes de comunicação oral dirigida. No que contempla o universo empresarial, vamos nos atear a: conferência, palestra, convenção, seminário, brainstorming e workshop.
Na conferência, expõe-se um assunto que seja de grande domínio do conferencista. Este, normalmente, é bastante reconhecido por sua competência na área. É possível, ainda, ao final da conferência, dar a oportunidade para a plateia realizar perguntas (CESCA, 1997).
A palestra é realizada para um número pequeno de pessoas, que, geralmente, têm certo conhecimento sobre o tema abordado. Assim como na conferência, é aberto para a plateia questionar (CESCA, 1997).
A convenção é realizada para o conhecimento e a troca de informações e experiências. Nela, é realizada a exposição de vários temas e toda a dinâmica do evento é organizada por seu coordenador (CESCA, 1997).
No seminário, também há a presença de um coordenador e a exposição é realizada por uma ou mais pessoas. “Geralmente divide-se em três fases: exposição, discussão e conclusão. As divisões podem ser adotadas pela área” (CESCA, 1997, p. 20).
Literalmente, brainstorming seria uma tempestade cerebral. Nele, as pessoas se dispõem a tratar ideias relacionadas a um problema. É uma reunião que tem uma fase criativa e outra avaliativa. A seleção da melhor sugestão é feita pelo coordenador (CESCA, 1997).
São encontros em que são realizadas exposição e demonstração do objeto (produto) que deu origem ao evento (CESCA, 1997).
Vimos, assim, caro(a) aluno(a), alguns exemplos de comunicação dirigida que podem ser executados na empresa para facilitar a comunicação entre as pessoas nela envolvidas e trazer mais resultados positivos para a ela.
A internet revolucionou o mercado de trabalho e, com ela, trouxe, além da facilidade para a comunicação, recursos que facilitam a comunicação na empresa, seja ela com clientes ou com os próprios funcionários. Vejamos alguns recursos que as empresas têm adotado e que proporcionam resultados positivos.
O e-mail também tem sua utilidade dentro da empresa. “Todas as comunicações escritas impressas da empresa podem ser transformadas em eletrônicas e enviadas também por e-mail” (CESCA, 2006, p. 120). Isso pode ser realizado tanto como uma mensagem escrita quanto anexando o arquivo (documento, vídeo, som, imagem) e enviando.
Por meio da Figura 3.7, podemos observar que, no e-mail, a pessoa que o envia deve inserir o destinatário e o assunto, em seguida, a mensagem é inserida, podendo editá-la por meio de recursos simples de formatação de texto.
Trata-se de uma comunicação dirigida que vem a ser mais utilizada pelos funcionários que trabalham na parte administrativa, no entanto os demais funcionários, em determinadas empresas, também têm acesso a computadores. “O uso da intranet possibilita manter o público interno sempre informado e ainda oferecer ferramentas colaborativas de comunicação” (COMUNICAÇÃO...2015, on-line).
É uma rede social que se limita ao uso dos funcionários da empresa, com objetivos específicos que sempre estarão relacionados à empresa. “As redes sociais corporativa são ambientes propícios para a equipe dar ideias, sugestões e compartilhar procedimentos e conhecimentos” (COMUNICAÇÃO...2015, on-line).
É uma publicação da empresa que atinge tanto os seus clientes fixos como potenciais clientes. “Assim como jornais e revistas, ela tem periodicidade, linha editorial, linha visual, etc. Pode ser enviada inclusive em formato de jornal, impressa, mas o mais comum é por meios eletrônicos, em especial, via e-mail” (CAMONA, 2016, on-line).
É possível, assim, observar que a comunicação dirigida eletrônica refere-se a meios práticos e que facilitam, e muito, a comunicação dentro de uma empresa, por serem recursos de fácil acesso e entrega, praticamente, instantânea.
Já vimos, prezado(a) aluno(a), que a comunicação dirigida se estabelece de diferentes formas, e existem meios que são específicos para essa comunicação, como o audiovisual, o quadro de avisos, o folheto, a caixa de sugestões e o manual de integração.
O audiovisual é um meio de comunicação que podemos dividir em diferentes formas. No CD-ROM, por exemplo, são armazenados dados e informações, tanto áudio quanto vídeo, conteúdos que podem ser de grande valia para a empresa. As teleconferências são reuniões entre pessoas que não estão em um mesmo ambiente, mas que, pelo som e imagem, conseguem estabelecer a comunicação. A vídeorrevista da empresa é uma forma de oferecer aos funcionários as informações sobre a empresa e seu meio, facilitando a visualização do trabalhador; ela pode ser disponibilizada em TVs, no próprio trabalho, em reuniões ou enviadas na casa dos colaboradores. Deve ter uma linguagem simples e laços interativos (COSTA, 2009).
Como o próprio nome sugere, é um quadro em que avisos da empresa serão colocados. Para que haja o resultado esperado com esse meio de comunicação, é fundamental que ele esteja em uma posição estratégica, ou seja, todos os funcionários precisam passar por ele. Além disso, ele precisa, fisicamente, atrair os olhares dos funcionários (CESCA, 1995).
Os folhetos são importantes para que a empresa repasse informações, tanto para os funcionários quanto para clientes e/ou população, com um tema específico. Esse tema pode ser de uma reforma dentro da própria empresa (destinado aos funcionários) ou de alguma comemoração da empresa (destinado a funcionários, clientes e população), por exemplo (CESCA, 1995).
A caixa de sugestões é um meio de comunicação dirigida em que o funcionário deixa suas sugestões de melhorias na empresa. Para que haja estímulo, é possível que, ao adotar a sugestão, a empresa recompense seus funcionários, haja vista que a melhoria alcançada se deve ao fato de o colaborador ter compartilhado uma ideia; ademais, isso fará com que os demais trabalhadores se motivem a deixar mais sugestões (CESCA, 1995).
O colaborador recebe o manual de integração quando é contratado pela empresa. Esta visa integrá-lo informando seus direitos e deveres. Para Cesca (1995, p. 92), “seu conteúdo deve ser composto de: apresentação pela diretoria; histórico da empresa; descrição do ramo de atividade; normas do trabalho; serviços beneficentes e quaisquer outras informações que a empresa entenda necessárias”.
Esses são exemplos de comunicação dirigida específica, da qual a empresa faz uso para passar informações aos seus colaboradores e, inclusive, para clientes ou comunidade.
Vimos, assim, caro(a) aluno(a), que, para uma comunicação de qualidade, seja ela oral ou escrita, existem maneiras de transmitir a mensagem adequadas e meios de comunicação, que são os recursos que a empresa pode adotar para divulgar as informações.
Nome do livro: Técnica de redação: o que é preciso para bem escrever
Editora: Martins Fontes
Autor: Lucília H. do Carmo Garcez
ISBN: 85-336-1429-8
Comentário: Os manuais reunidos no livro de Garcez oferecem a instrução necessária para o trabalho de escrita nos diferentes níveis e para as mais diversas áreas.